O nascimento da Vera
Quando estava grávida da Vera a Rute fazia muito a pergunta 'Como é que a mana sai?'.
Depois dela nascer passou a fazer a pergunta 'Como é que ela tinha entrado?'.
Ora bem.
A primeira pergunta até foi fácil de responder.
Dizia-lhe:
- Quando chegar o dia a mãe vai para o hospital e o doutor vai tirar a mana.
Uma vez ela perguntou:
- E como é que ele tira?
Ao que eu respondi:
- Através de um buraquinho.
Ela tinha ficado satisfeita com esta explicação.
Perguntava-me era a mesma coisa todos os dias.
Uma vez, estava comigo na casa de banho, pôs-se de cócoras e disse-me:
- Ó mãe, mostra-me lá o buraquinho.
Eu disse:
- Filha, não se consegue ver......
Também lhe expliquei o que ía acontecer.
- Quando a mãe for para o hospital, vocês ficam cá em casa com a avó e o pai, e portam-se bem.
Às vezes dizia que sim, outras vezes dizia que queria ficar a dormir com a mãe no hospital.
Chegou o dia da última consulta (39 semanas). Fui à consulta, por volta das 3 da tarde, e a médica disse-me que o colo do útero ainda não estava maduro, que era capaz de ainda demorar uns dias, mas que para ajudar ía fazer umas descolagens.
Ao sair da consulta, apanhei o comboio e durante o trajecto comecei a sentir umas moinhas no baixo ventre. Pensei 'ela andou aqui a fazer a supostas descolagens e agora está um pouco dorido'. Só que as moinhas foram aumentando, aumentando.....
Eram 6 da tarde e já estava com dores. Dores de parto.
Fiz as chamadas que tinha a fazer.
Fui buscar os miudos à escola a pé, porque não consegui pôr o carro a trabalhar.
Voltei a explicar-lhes o que ía acontecer.
Eles ficaram com a avó e lá fomos (eu e o maridão).
Quando lá cheguei mandaram-me ir passear, porque eu só tinhas as dores, dilatação nem vê-la.
Por volta da meia-noite já me contorcia toda com as dores e foi quando me internaram.
Nos intervalos em que não tinha dores conversava com o Paulo; quando elas vinham ele calava-se e eu imaginava os meus filhos a rirem e a brincar nos baloiços. Não havia anestesia melhor. (Não havia porque também não a quiseram dar)
Ela nasceu por volta das 5 da manhã, muito parecida com a Rute.
No dia seguinte fiquei a saber que a Rute tinha passado a noite junto à porta da rua a chorar que queria a mãe.
Nesse dia o Paulo levou os miudos ao hospital para eles conhecerem a mana nova e verem a mãe.
Claro que só lá esteve 20 minutos porque o Lucas estava sempre a fugir.
A Rute não saia do pé da mana e teve muita pena quando teve de se ir embora.
No dia seguinte fui mandada para casa.
Uma vez a Rute entrou na casa de banho quando me estava a tratar e depois fez-me a pergunta: - 'Mãe, porque é que usas fraldas?'
Eu dizia-lhe que quando os bébés nascem, tem-se de usar "fraldas" durante um tempito mas que depois passa.
Quando chegava a hora de amamentar a Vera, a Rute ía ao quarto buscar um nenuco, sentava-se ao meu lado, levantava a camisola e fingia que também estava a dar leitinho ao bébé dela. A mesma coisa para pôr a arrotar. Achava-lhe uma graça!
Uma noite, já eles estavam a dormir (julgava eu), e a Rute viu-me a tomar a pílula.
E perguntou-me:
Rute - Mãe, estás doente?
Mãe - Não
Rute - Então porque é que estás a tomar o remédio?
Mãe - Para a mãe não ter mais manos.
Rute - Mas eu quero ter mais manos....
Mãe - Filha, não é assim.
Rute - Eu também posso ter um bébé na minha barriga?
Mãe - Não. Só as mães com a ajuda dos pais.
Rute - Então porque é que não tens mais manos?
Mãe - Não é só a mãe que decide. O pai também.
Rute - Porquê?
Mãe - Porque a mãe para ter um mano precisa da sementinha do pai.
Rute - Sementinha? Como é a sementinha? É assim pequenina?
E pôs as mãozinhas em forma de concha.
Mãe - Mais ou menos.
Houve um dia que se esqueceu que queria mais manos, quando de manhã, por volta das 7 da matina, os manos andavam a fazer barulho, e ela queria dormir.
Em vez de os mandar calar disse-me:
- Mãe, porque é que me deste estes manos. Eu não quero estes. Quero outros!
Depois dela nascer passou a fazer a pergunta 'Como é que ela tinha entrado?'.
Ora bem.
A primeira pergunta até foi fácil de responder.
Dizia-lhe:
- Quando chegar o dia a mãe vai para o hospital e o doutor vai tirar a mana.
Uma vez ela perguntou:
- E como é que ele tira?
Ao que eu respondi:
- Através de um buraquinho.
Ela tinha ficado satisfeita com esta explicação.
Perguntava-me era a mesma coisa todos os dias.
Uma vez, estava comigo na casa de banho, pôs-se de cócoras e disse-me:
- Ó mãe, mostra-me lá o buraquinho.
Eu disse:
- Filha, não se consegue ver......
Também lhe expliquei o que ía acontecer.
- Quando a mãe for para o hospital, vocês ficam cá em casa com a avó e o pai, e portam-se bem.
Às vezes dizia que sim, outras vezes dizia que queria ficar a dormir com a mãe no hospital.
Chegou o dia da última consulta (39 semanas). Fui à consulta, por volta das 3 da tarde, e a médica disse-me que o colo do útero ainda não estava maduro, que era capaz de ainda demorar uns dias, mas que para ajudar ía fazer umas descolagens.
Ao sair da consulta, apanhei o comboio e durante o trajecto comecei a sentir umas moinhas no baixo ventre. Pensei 'ela andou aqui a fazer a supostas descolagens e agora está um pouco dorido'. Só que as moinhas foram aumentando, aumentando.....
Eram 6 da tarde e já estava com dores. Dores de parto.
Fiz as chamadas que tinha a fazer.
Fui buscar os miudos à escola a pé, porque não consegui pôr o carro a trabalhar.
Voltei a explicar-lhes o que ía acontecer.
Eles ficaram com a avó e lá fomos (eu e o maridão).
Quando lá cheguei mandaram-me ir passear, porque eu só tinhas as dores, dilatação nem vê-la.
Por volta da meia-noite já me contorcia toda com as dores e foi quando me internaram.
Nos intervalos em que não tinha dores conversava com o Paulo; quando elas vinham ele calava-se e eu imaginava os meus filhos a rirem e a brincar nos baloiços. Não havia anestesia melhor. (Não havia porque também não a quiseram dar)
Ela nasceu por volta das 5 da manhã, muito parecida com a Rute.
No dia seguinte fiquei a saber que a Rute tinha passado a noite junto à porta da rua a chorar que queria a mãe.
Nesse dia o Paulo levou os miudos ao hospital para eles conhecerem a mana nova e verem a mãe.
Claro que só lá esteve 20 minutos porque o Lucas estava sempre a fugir.
A Rute não saia do pé da mana e teve muita pena quando teve de se ir embora.
No dia seguinte fui mandada para casa.
Uma vez a Rute entrou na casa de banho quando me estava a tratar e depois fez-me a pergunta: - 'Mãe, porque é que usas fraldas?'
Eu dizia-lhe que quando os bébés nascem, tem-se de usar "fraldas" durante um tempito mas que depois passa.
Quando chegava a hora de amamentar a Vera, a Rute ía ao quarto buscar um nenuco, sentava-se ao meu lado, levantava a camisola e fingia que também estava a dar leitinho ao bébé dela. A mesma coisa para pôr a arrotar. Achava-lhe uma graça!
Uma noite, já eles estavam a dormir (julgava eu), e a Rute viu-me a tomar a pílula.
E perguntou-me:
Rute - Mãe, estás doente?
Mãe - Não
Rute - Então porque é que estás a tomar o remédio?
Mãe - Para a mãe não ter mais manos.
Rute - Mas eu quero ter mais manos....
Mãe - Filha, não é assim.
Rute - Eu também posso ter um bébé na minha barriga?
Mãe - Não. Só as mães com a ajuda dos pais.
Rute - Então porque é que não tens mais manos?
Mãe - Não é só a mãe que decide. O pai também.
Rute - Porquê?
Mãe - Porque a mãe para ter um mano precisa da sementinha do pai.
Rute - Sementinha? Como é a sementinha? É assim pequenina?
E pôs as mãozinhas em forma de concha.
Mãe - Mais ou menos.
Houve um dia que se esqueceu que queria mais manos, quando de manhã, por volta das 7 da matina, os manos andavam a fazer barulho, e ela queria dormir.
Em vez de os mandar calar disse-me:
- Mãe, porque é que me deste estes manos. Eu não quero estes. Quero outros!
3 Comentários:
Obrigada por me dizeres o que me espera quando o João nascer. Como o Henrique é mais pequenino não sei se as perguntas vão ser tão difíceis mas que ele também vai ficar baralhado vai. Beijinhos grandes
Olá!
Vim aqui parar pelo "Mãezite" e ainda só li este post... mas deixa-me dizer que adorei ler as tuas palavras!
Vou voltar para ler o resto!
Beijinhos e parabéns por esses 3 kidos tão lindos!
Sandra
Tão lindas as tuas palavras...sabes qual o modo mais eficaz de passar para o papel (post) o que sentes e o que vives com os teus pequenos :)
Beijinhosss
Isabel
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