segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Linguagem proibida

Há uns tempos o Lucas, quando estava a brincar e ficava entusiasmado, ou até quando se magoava, utilizava muito o termo Poinguesse.

Qualquer coisa lá estava ele
- Poinguesseeeeee!!!
Eu até achava piada dado ele ser um miudo que não pára quieto.

Mas agora mudou a palavra e passou a dizer Foiasseeeeee.

Ora esta aqui eu não posso deixar escapar.
Eu sei que ele diz aquilo sem ter a noção do que está a dizer. A primeira vez eu expliquei-lhe que a palavra era feia e só as pessoas feias é que diziam. As outras duas vezes levou uma palmadinha na boca. Se há coisa que não suporto é crianças mal-educadas.

Claro que para ele é dificil entender porque é que poinguesse se pode dizer e foiasse não se pode.
Mas eu não vou arriscar a ir a qualquer lado com ele e ele disparar uma coisa daquelas.

Este fim-de-semana ouviu-o em surdina dizer a dita palavra, dirigi-me a ele, agarrei-o por um braço e disse-lhe:
- Olha lá, o que é que tu disseste?
Ele respondeu
- Disse que vou para o quarto.

Já está muito sabidinho, este meu filho!!!!
Quando entrar para a escola vai ser cá uma dor de cabeça!!!!

A visita da Carolina

Este domingo a Rute teve a visita de uma amiga da escolinha, chamada Carolina.

A Carolina é uma menina muito doce, muito calminha e gordinha.

Por vezes eu ouvia um dos meus a chorar. Quando me dirigia a ele/ela, estava sempre lá a Carolina, de mãozinha no ombro a perguntar "O que é que se passa?" duma forma tão carinhosa...
Quando ela não conseguia resolver o problema vinha pedir-me ajuda por forma a que eles estivessem todos contentes.

Ontem ela foi a minha assistente. Ou eu a dela. :-)~

Uma das vezes a Rute veio ter comigo muito aflita a dizer
- Ó mãe, o Lucas está a saltar em cima da Carolina!!!!
Quando cheguei ao quarto vi a Carolina deitada em cima da cama a fazer mil e uma caretas e o Lucas sentado em cima dela, como se ela fosse um touro mecânico, e a dar gargalhadas.
Eu ralhei com ele e disse a ela
- Carolina, quando te fizerem mal, defende-te. Não deixes que te magoem. Se o Lucas te magoar bate-lhe também!
- Está bem - disse ela entre dentes.
Bom, o Lucas foi de castigo para o sofá pensar durante 1 minuto no que tinha feito. E deve ter resultado porque não voltou a saltar em cima da menina.

Acho que pela quantidade de vezes que o meu filho fica de castigo, há-de chegar a altura em que ou ele próprio se auto-castiga; ou então o castigo deixa de fazer o efeito esperado.

Bem, eles divertiram-se imenso.
Ora havia um deles que punha a máscara do homem-aranha a fazer de bicho e os outros corriam à frente; ora brincavam às escondidas (da forma que eu descrevi noutro post); ora brincavam aos pais e às mães; ora brincavam aos condutores.
Esta última brincadeira foi a que teve maior sucesso, uma vez que andavam de forma ordenada de bicicleta/triciclo/carrinho uns atrás dos outros.
Engraçado que havia certas zonas onde imaginavam sinais de trânsito e quem ía à frente decidia se estava vermelho ou verde.

Claro que a palavra "ordenada" durou pouco para o Lucas. Às tantas dava um avanço às meninas e depois, se estivesse a andar no carrinho dava 2 ou 3 impulsos com os pés, punha as pernas para trás e deitava-se em cima do volante feito bala aero-dinâmica; se estivesse de triciclo pedalava com a maior velocidade que conseguisse; se estivesse de bicicleta punha-se a pedalar de pé. O objectivo, por mais que eu lhe chamasse a atenção, era sempre chocar com as meninas.

Uma das vezes a Carolina, muito cuidadosa para não cair, caiu. Os outros que estavam atrás ficaram a olhar para ela, que disse:
- Caí.
Foi então que o meu Lucas disse a frase do dia, da forma mais calma e serena, e colocando ligeiramente a cabeça para o lado:
- Pois... És pesada e gorda.
Bem, eu tive de me deitar no sofá para poder rir sem fazer barulho. Nunca o tinha ouvido dizer tal coisa, ainda para mais a uma menina, ainda para mais... sendo verdade. :-)
Ela levantou-se num ápice, muito séria e disse:
- Não sou nada...

Entretanto, a Vera corria atrás deles a rir e a aviar bilhetes a quem com ela se cruzasse.

Ganhar/Comprar pão

Este sábado fiquei com eles em casa.

Para os conseguir ter entretidos por um bocadinho resolvi fazer uma actividade que eles adoram, mas que no fim costuma ter efeitos algo poluentos - pintar com digitintas.

Então, assim que lhes falei na minha ideia, desataram aos pulinhos e foram buscar os casacos para irmos à papelaria comprar umas cartolinas e umas caixinhas de tinta para pintar com dedos, mãos e tudo o que seja pele em redor dos dedos.

A felicidade era tanta que assim que entrámos no elevador, o Lucas fez logo uma malandrice - carregou em vários andares.
Pronto, ok. É fim-de-semana. Até podemos andar a passear de elevador.

A meio do percurso entrou um vizinho e eu pedi desculpa pelas paragens.
Dado que íamos parar em várias capelinhas, o senhor resolveu meter conversa com o Lucas e disse-lhe:
- Então o teu pai?
Ao que ele respondeu:
- Foi trabalhar.
O senhor disse então:
- Pois... foi ganhar pão, não é? Tem de ser.
O Lucas pôs uma cara de zangado e respondeu-lhe:
- Não foi nada comprar pão!!!!!

domingo, fevereiro 27, 2005

Brigas

Ora aqui está um tema que tem pano para mangas.

Se eu for a fazer uma estimativa de intervalos de tempo entre os quais acontece uma briga entre eles julgo que não chegará a 10 minutos. Todos querem mandar e ninguém quer dar o braço a torcer.

Há sempre dois que:
- querem o mesmo brinquedo
- querem beber no mesmo copo
- querem ver filmes diferentes
- um quer ver um filme e o outro quer estar à frente
- querem ir à frente a andar de bicicleta/triciclo/carrinho
- querem ir na mesma cadeira do carro
- querem sentar-se na mesma cadeira
- querem ocupar o mesmo lugar no sofá
- querem colo
- um quer dar beijinho e o outro não quer
- etc
- etc

Enfim, uma panóplia de motivos e razões que me levam a passar o dia a ralhar (embora haja outra panóplia que me diverte e ainda outra que me assusta).

Por exemplo, hoje de manhã eu estava tão divertida a ver o meu Lucas a tocar tambor feito louco, a ver a Rute a cantar o "é Natal, é Natal" com uma colher de brincar na mão a fingir de microfone, e a Vera a dançar como se fosse um robot; quando de repente a Vera diz à Rute "Papa bébé! Papa bébé!" e a querer tirar-lhe o dito microfone. A Rute começou a gritar "Não! Não!", a Vera também começou a gritar, e o Lucas ao ver a chegada do caos decidiu atirar com o batuque contra a parede.

Pronto! Lá se foi um momento fantástico para dar azo à chegada de puro caos e poluição sonora!!!!

Tive então que me desdobrar em 3 intervenções diferentes e simultâneas: Lucas de castigo 2 minutos sentado, buscar uma colher para a Vera e acalmar a Rute.

Dava jeito que as crianças tivessem um botão de restart... :-)

sábado, fevereiro 26, 2005

Anexo ao post anterior

Este post serve de anexo ao anterior, uma vez que após a publicação do anterior, ter desligado o computador, e ter ido para a sala ver o que eles estavam a fazer, tive o prazer de ver o meu Lucas completamente nú (como veio ao mundo) a saltar do sofá para o chão e a gritar:
- Eu sou o Homem-aranha!!!!
Quando lhe disse que o homem-aranha não anda nú, a resposta foi:
- Mas agora o homem-aranha está com calor.

Como se não bastasse, após o ter vestido, apanhei-o em flagrante a pôr uma colher de café Nicola Moagem Fina na boca.
Quando lhe gritei 'Não faças isso!!!' ele assustou-se e deixou cair o pacote de café, espalhando-o por tudo o que era lado.

Isto para chegar à conclusão que eu nem preciso de fazer retrospecções sobre asneiras passadas, pois estes miudos simplesmente não páram de me fornecer material para o nosso blog.

Hoje estou super-cansada. Apetecia-me com um estalar de dedos que eles congelassem.
Só por um bocadinho.... :-)

Recuperei a minha filha

Depois de uma semana com a minha Vera doentinha (com gastroentrite), em que passava a maior parte do tempo a dormir, finalmente ontem recuperei a minha filha.

Isto porque passei a maior parte do tempo a ralhar com ela.

Ora subia uma cadeira para saltar em cima da mesa da sala.
Ora subia uma cadeira para saltar em cima da mesa da cozinha.
Ora subia uma cadeira para desligar a arca frigorifica.
Ora tentava subir a estante.
Ora tentava entrar para dentro da lareira.

O que vale é que os manos tinham ido para a escola.

Mesmo quando eles chegaram era notória a sua recuperação, uma vez que o número de brigas aumentou.

Filha... que bom ter-te de volta!!!

Outro tipo de jantar

Ontem fiz canjinha para os meus pequerruchos.

O Lucas não a queria comer e então o pai disse-lhe:
- Lucas vai comer a sopa.
E ele respondeu:
- Eu não tenho fome de sopa.
Ao que o pai respondeu:
- Então tens fome de quê?
Pensei que ele fosse dizer que tinha fome de gomas ou de bolachas, mas não.
Em vez disso disse:
- De vinho.

Tenho de ter cuidado com a garrafa....

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Meninos, arrumem os brinquedos

De vez em quando farto-me de arrumar os brinquedos e mando-os a eles arrumar.
- Meninos!! Toca a arrumar os brinquedos.

Ninguém me ouve.

Cenário 1:
Repito:
- Meninos!! Ou arrumam os brinquedos ou vou deitar tudo para o lixo.
Rute - Deita! Eu também preciso de outros novos.
Mãe - ah é? Então vamos agarrar nisto tudo e dar aos meninos que não têm nada. E não compro mais nenhuns!!!!
Lucas - Mãe, toma. Dá estes. Dá estes também e estes.
Mãe - Lucas, vais dar este? Tu gostas tanto deste!
Lucas - Então dá este.
:-)

Cenário 2:
Repito:
- Meninos!! Ou arrumam os brinquedos ou vou deitar tudo para o lixo.
Estou a falar chinês.
Vou à cozinha buscar um saco do lixo. Entro no quarto desarvorada, pego no 1º brinquedo.
Mãe - Muito bem. Não querem arrumar este, pois não?
De seguida meto-o no saco.
Mãe - E este?
Meto-o no saco também.
As baratas tontas de repente começaram a arrumar tudo muito rapidamente.
:-)

Cenário 3:
Mãe - Lucas, já viste bem o rico trabalho que tu fizeste? Agora arruma tudo.
Lucas - tá bem.
Passado um bocado.
Lucas - Já tá, mãe.
Vou ao quarto e vejo que os brinquedos estão todos a um canto do quarto tudo amontoado, parecendo uma montanha.

Cenário 4:
Mãe - Atenção meninos, ou vocês arrumam o quarto ou hoje não vem cá ninguém brincar com vocês!
Rute - Eu vou arrumar o quarto.
Lucas - Eu também.
Passado uns segundos discutem:
Rute - Eu quero arrumar isto.
Lucas - Mas isso é meu, eu é que arrumo.
Ralho com os dois e pronto, já não querem arrumar.

Cenário 5:
Mãe - Meninos, hoje vamos fazer limpeza.
Rute - Vem cá alguém?
Mãe - Vêm cá os primos. Vocês ajudam a mãe, tá bem?
Rute + Lucas - Siiimmm.
Mãe - Então vá. A Rute arruma os brinquedos do quarto e o Lucas arruma os brinquedos da sala.
Passado um bocado, a Rute já arrumou os brinquedos do quarto.
Lucas - ó mãe, a Rute não me deixa brincaaaar!
Rute - Ó mãe, eu tive a arrumar e ele quer ir desarrumar!!!!!

Brincar às escondidas

Já por várias vezes que me sento no sofá a apreciar os meus filhotes mais velhos a jogar às escondidas. A brincadeira foge um pouco ao conceito vulgar de esconder.

Começa assim:
Rute - Vamos brincar às escondidas, Lucas?
Lucas - Siiim!!
Rute - Então vai para trás dos sofá contar.

Depois dele se encontrar atrás do sofá, ela vai-se esconder e depois chama-o.
Ele procura no quarto, na cozinha, e depois vai ao quarto da Vera.
- Estás aqui!!! - diz ele todo contente
- Agora és tu a esconder - diz ela

Ela vai contar para trás do sofá e ele vai para o quarto da vera, para trás da porta que é onde estava a Rute anteriormente.
A Rute vai procurá-lo e dirige-se directamente ao quarto da vera.
O Lucas diz:
- Estou aquiii!!!

São capazes de se esconder várias vezes atrás da porta do quarto da vera.

Uma vez a Rute escondeu-se na despensa e a Vera viu-a.
O Lucas quando foi à procura da Rute, a Vera denunciou-a.
- tá ki!!!
Ficaram todos chateados com a irmã.
- Vai à mãe - diziam eles.

Para que eles entendam melhor o jogo e depois de já ter explicado algumas vezes, resolvi ajudá-los a esconder.
Ora escondia a Rute dentro da banheira na casa de banho, ora o Lucas debaixo da minha cama, ora punha a Rute dentro da cama deles com bonecos por cima. Enfim, ideias ... :-)
Mas nem assim jogam bem!

Uma vez escondi a Rute na banheira com a casa de banho às escuras.
O Lucas quando a foi procurar, procurou atrás da porta do quarto da Vera, na despensa, na cozinha, nos locais habituais. Como não achou perguntou:
- Tás onde, Rute?
Ela sai disparada da banheira, para fora da casa de banho e diz:
-Tou aqui!!!
Fartaram-se de rir os dois. :-)

Já experimentei esconder-me eu.
Às páginas tantas, como não conseguem achar a mãe começam a chorar e a gritar, como se a tivessem levado:
- A mãe! A mãe! A mãe!

Pois... o melhor é continuarem a esconder-se atrás da porta do quarto da Vera.

Ké ito?

o ké ito?
Rute - Porta
Lucas - Prota
Vera - Pota

o ké ito?
Rute - Papagaio
Lucas - Pacagaio
Vera - Paiaio

o ké ito?
Rute - Tigre
Lucas - Trigue
Vera - Tide

o ké ito?
Rute - Tartaruga
Lucas - Tratuga
Vera - Dunga

Pinturas com giz

Manter os três em casa o fim-de-semana é complicado porque a partir de certa altura começam todos a avariar-se e as asneiras e desentendimentos começam a ser em cadeia.

Por isso tento, sempre que não haja nenhum doente e o tempo o permita, sair um pouco. Se for para fazer algo novo então, ainda melhor.

Foi o que resolvi fazer num fim-de-semana de verão - fazer uma brincadeira nova.

Fui com eles à loja do chinês comprar uma caixa de pauzinhos de giz de várias cores e perguntei-lhes
- Querem pintar com giz?
Embora não soubessem o que era, disseram:
-Siiiiiimmm!!!

Depois escolhi o melhor local da praceta por forma a não incomodarem ninguém e deixei-os sentarem-se no chão a pintar.
Estas pinturas iriam desaparecer durante a noite e eles sempre ficavam um tempo entretidos.

As conversas tinham sempre a ver com que quem pintava melhor
- O Lucas só faz riscos - Dizia a Rute
- A Rute só faz riscos - Dizia o Lucas
Aguentaram-se mais ou menos 1 hora.
Depois disso o Lucas começou a atirar os paus para a estrada e Vera a comê-los.

Pronto, chegou a altura de irmos para casa, directamente para a banheira.
Enquanto subiamos o elevador, olhei para eles.
Parece que tinham mergulhado num saco de farinha, estavam os três a olhar para mim e com um sorriso de orelha a orelha. :-)

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

O trilho

No domingo passado reparei que no chão havia um trilho de pingos de água muito bem feitinho e com gotas todas da mesma dimensão.

Fiquei encucada 'Como diabo é que eles conseguiram fazer isto? E onde é que foram buscar a água se não os vi?'

Fui ver o que estavam a fazer. As meninas estavam a brincar no quarto e o Lucas andava de carrinho.

Achei estranho mas limpei.

Passado uns segundos, novamente a fileirinha, mais pequenina. Já não ía da cozinha para a sala e daqui para o quarto. Era só na sala.

Passado uns segundos o Lucas saiu do carrinho e...
SURPRESA! O senhor Lucas tinha as calças molhadas!! Ainda por cima molhou as gomas que estavam guardadas dentro do carrinho.

O meu marido diz que descanso só vou ter quando eles casarem, e só na lua-de-mel. Será verdade? :-)

Formas de Contagem

A Rute tem mais facilidade na aprendizagem dos números do que das letras.

No outro dia íamos no carro e ela quis mostrar-me que sabia contar. Contou de um a dezanove correctamente e depois... parou.
Eu disse-lhe:
- E a seguir?
E ela respondeu:
- Dezadez.

Ontem à noite chegou ao pé do pai e disse:
Rute - Pai, queres que eu conte em inglês?
Pai - Sim.
Rute - Hã, tu, fi.
ééééééé´!!!! Também já sabe contar em inglês. Palminhas! :-)

Há uns dias o pai perguntou a titulo de experiência quanto eram 2+2.
Ela esticou os deditos da mão direita e com o indicador esquerdo apontou para eles. Depois disse:
- Quatro.
O pai surpreso fez outra pergunta:
- E 2+3?
Voltou a fazer o mesmo processo e respondeu:
- Cinco.
Nós olhámos um para o outro. UAU!

Certa vez o Lucas tinha umas moedas e o Paulo pô-las em fileira e disse-lhe:
Paulo - Lucas, olha o pai a contar: 1, 2, 3, 4, 5. Conta tu agora.
Lucas - 1, 2, 3, 4...... (está a pensar)....9
Paulo - Não filho. 1, 2, 3, 4, 5. Conta tu agora.
Lucas - 1, 2, 3, 4...... (está a pensar)....1
Paulo - Não. 1, 2, 3, 4, 5. Acaba em cinco. Conta lá.
Lucas - Não.
- Ele é ágil, pode ser jogador de futebol ou professor de educação física.- Disse-lhe eu em tom de brincadeira.
Coitadinho do meu pequerrucho. Não tarda nada estão a pedir-lhe para fazer derivadas e integrais, não? :-)

Uma cola especial

Há uns tempos, quando entrei na sala, vi uma das paredes com uma fileira de recortes da Nova Gente (Ainda bem que já a tinha lido) colados.
A minha 1ª reacção foi sorrir e dizer à Rute:
- Filha, está muito giro!!

Este elogio devia-se principalmente porque ela já conseguia recortar mais correctamente, sem cortar cabeças portanto.

Ela começou aos pulinhos toda contente.

De repente, fui invadida por uma pergunta:
- Olha lá, como é que tu colaste isso na parede?

Como é que ela podia ter colado se não havia cola em casa?

E a temida resposta veio:
- Com cuspo.

Novos alimentos

Ontem ao jantar fiz robalo e peixe espada grelhados.
O Lucas, que já estava com sono, pediu-me colo e eu dei-lhe.
Quando olhou para os peixes que se encontravam na grelha, disse-me com um ar decidido:
- Mãe, para mim é o tubarão, tá bem?

Uma vez cozi brócolos ao jantar.
A Rute só de olhar disse logo que não gostava (ela prova tudo com os olhos) e o Lucas, apontando para o prato, disse-me assim:
- Mãe, mete mais árvores! Mete mais árvores!

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

"Estar morrido"

A Rute é uma menina muito curiosa e por vezes deparo-me com algumas perguntas que me deixam sem saber o que responder.

Há uns tempos atrás ela andava sismada com a morte.
Felizmente nunca enfrentou a perda de ninguém que ela conhecesse.

As brincadeiras recaiam muitas vezes sobre o verbo "estar morrido".
Ainda hoje de vez em quando ela e o Lucas brincam aos "morridos".
Ela diz para ele
- 'Lucas, queres brincar aos morridos?
E ele diz sempre que sim.
Então, ele deita-se no chão de olhos fechados e inerte, e ela arrasta-o pela casa ora agarrando-o pelos braços ora pelas pernas e dizendo:
- 'Vou levar este morrido para a sala' - e arrasta-o para a sala. A mesma coisa para as outras divisões da casa.

Uma vez a Rute fez-me a pergunta:
- Mãe, o que acontece quando estamos morridos?
Ops!!!! Apanhou-me desprevenida....
Eu fiquei breves segundos a pensar qual seria a melhor resposta a dar, sem que ela ficasse alarmada nem pudesse suscitar outro tipo de perguntas para as quais eu não soubesse a resposta.
Não queria que ela pensasse que era muito mau, porque ela depois ficava sempre a pensar nisso, nem queria que ela pensasse que era muito bom.
Então disse-lhe:
- Filha, quando morremos é como se ficassemos a dormir para sempre.
Mas ela não se convenceu.
No outro dia perguntou ao pai:
- Pai, o que acontece quando estamos morridos?
E o pai disse a frase da prache:
- Vamos para o céu.
Ao que ela perguntou (era isto que eu receava):
- Fazer o quê?
E a seguir disse:
- Dormir?
O pai disse que não mas também não adiantou mais.
Ela tentou dar seguimento à conversa dizendo:
- Então?
Ele bem olhou para mim como que a pedir ajuda mas eu também não sabia o que dizer na altura.
E continuava a fazer perguntas:
- E vamos como? Não temos asas.
Olhou para mim novamente. Pois, eu também não sei.... :-)
Então o pai rematou a frase final:
- Olha, amanhã perguntas à Ana (educadora).
Estamos safos!!
Neste momento ela só sabe que "estar morrido" significa não ver mais a mãe, o pai, os manos, os amigos, etc.

Ah!! É verdade, já me ía esquecendo doutra situação.
Uma das coisas que eu lhe tinha dito é que as pessoas só morrem quando estão muitooo velhinhas.
Uma vez íamos no carro com a avó, e a avó, já não me lembro da situação disse:
- A avó já está velha, filha.
Ela olhou rapidamente para mim, abriu a boca surpreendida, e segredou-me
- A avó vai morrer, mãe?
Ao que respondi
- Não. Só quando for muiiitoooo velhinha!

No outro dia, estavam eles a começar a comer e eu estava cansada. Claro que veio o pedido habitual:
- Mãe, ajuda-meeee...
Ao que eu respondi:
- Filha, a mãe está a morrer de fome!
Ela rapidamente segurou a colher e levou a comida à boca, dizendo:
- Se a mãe morrer, eu vou chorar muito.

Nessa altura eu fiquei um pouco preocupada com o assunto, sobre o que é que havia de lhe dizer de acordo com a idade dela, então falei com algumas amigas minhas que também têm filhos desta idade. E é engraçado como as reacções das crianças são tão diferentes.

Quando eu falei com uma amiga minha, ela disse-me que as filhas também andavam a fazer esse tipo de perguntas. A mãe tinha-lhes dito que iam para o céu e que era lá que estava o avô e a avó. Uma delas a seguir disse:
- Mãe, eu quero morrer para ir ver a avó e o avô.
Diz a minha amiga que se arrepiou toda e que também ela ficou a pensar se tinha sido a resposta certa.

Já a filha duma colega minha perguntou à mãe:
- Ó mãe, o que é que há no céu?
Ao que a mãe respondeu:
- Só coisas boas, filha.
Daí obteve-se uma simples pergunta:
- Há lá croquetes?
É que a menina adora croquetes. :-)

O Telefone

Tenho um telefone que, embora continue a funcionar correctamente (além do botão do volume que já não existe), já não é o que era.

Garanto que os telefones têm imensas peças que não são necessárias.
O meu, ao longo destes 4 anos, tem vindo a chocalhar cada vez com mais eficiência.

Os meus filhos quando estão ao telefone parece que têm pulginhas porque não páram quietos, e quando não estou ao pé (não posso estar junto dos três ao mesmo tempo) lá vai o telefone, mesmo quando eu lhes peço para terem cuidado.

Quando o Lucas era pequeno e mal se percebia o que ele dizia, aconteceu uma situação muito engraçada.
Ao final da tarde é costume as avós ligarem. E gostam de falar com os seus meninos.
Naquela tarde quem atendeu foi o Lucas.
Ele não parava de falar chinês e de gesticular e eu pensei, dada a hora: 'Deve estar a falar com a avó. Vou deixá-lo estar um bocadinho para ele treinar o português.'.
Passado um bocadinho, eu pedi-lhe o telefone e ele entregou-mo.
Afinal não era a avó, mas sim uma daquelas empresas de vendas!!! Segundo a senhora que se encontrava do outro lado da linha, desde o inicio da conversa que lhe estava a pedir para chamar a mãe...
Ainda por cima a mãe despachou-a. :-)

Esta segunda-feira que passou apanhei um valente susto (um de imensos) por causa do telefone. Estava a fazer o jantar e tocou o telefone. A Vera estava a brincar na cozinha com um brinquedo muito entretida.
Fui atender e do lado de lá da linha disseram-me numa velocidade de 10 km/H:
- Daqui fala da PT Comunicações. Gostariamos de falar sobre o novo pacote de.................
Não a deixei acabar.
Vejo a Vera a arrastar a cadeira para junto do fogão que tinha tachos a ferver.
E então disse-lhe numa velocidade de 300 Km/H:
- Desculpe mas a minha bébé vai mexer num tacho que está ao lume.
E responderam-me a 400 km/H:
- Então ligo depois.
Corri para ela e tirei-a da cadeira.
Esta miuda é dinamite em forma de gente!!!!

A semana passada o telemóvel do Paulo partiu-se e ele comprou um daqueles que tira fotos e dá para gravar a voz. Desde então que o novo toque do telemóvel dele é a voz dos nossos filhotes a cantarem a música do caracol que aprenderam na escola: Caracol parede acima, caracol parede abaixo, caracol dá-me um beijinho, caracol dá-me um abraço..
Super babado este pai. :-)

Os amigos do Lucas

O Lucas quando foi para o infantário (com 1 anito) integrou-se muito bem.
Com o decorrer do tempo foi-se formando na sala dele aquilo a que eu chamo a turma do castigo.
Isto porquê? Porque ele e mais 3 meninos e uma menina quase todos os dias ficam de castigo devido ao tipo de brincadeira favorita - as lutas.
A esta menina ele chama namorada uma vez que é a única menina da sala que luta com ele.

Quando o Lucas fez 3 anos eu festejei o aniversário dele em casa e dei-lhe a oportunidade de seleccionar três ou quatro amiguinhos da sala dele para a dita festa. Claro que ele foi escolher a turma do castigo.

Quando se estava a aproximar o dia da festa fui falar com a educadora dele, que me disse que se aproveitava da festa para lhes dizer 'Se não se portam bem não vão à festa do Lucas.'. Também ouvi outras coisas como 'Não sabe no que se vai meter' e 'Olhe que eles são levados da breca'.

O pai de um desses meninos quando soube da dita festa foi falar com a educadora. Estava preocupado porque o filho é muito rabino e ele tinha medo que fizesse alguma asneira. A isto a educadora só teve uma resposta
- Deixe lá que eles foram escolhidos a dedo!

Bom, a verdade é que foi uma injustiça muito grande porque afinal os meninos portaram-se todos muito bem. De vez em quando lá tinhamos que nos desviar no hall de entrada porque havia dois ou três a brincar às lutas na brincadeira, claro.

Nessa altura todas as noites o Lucas me dizia:
-Ó mãe eu sou amigo do Hugo Silva, do Tomás Magalhães, do João Amaral e do Diogo Caxeiro.

O Tomás Magalhães dá-se muito com a turma do castigo embora não fique de castigo. O pobrezito deixa-os fazer tudo com ele. Ele também veio à festa e por algumas vezes tive de me dirigir à respectiva turma porque o deitavam no chão, punham-lhe uma almofada por cima e ficavam a passar por cima dele para lá e para cá. O menino só dizia 'Ai, ai. Ai, ai'.

Uma vez o Lucas pediu para o Tomás Magalhães vir brincar cá a casa e eu deixei o meu contacto e combinei com a mãe dele.
Entenderam-se muito bem. O amigo dele tenta sempre evitar os conflitos, e o Lucas tão depressa estava a atirar-lhe com brinquedos como rapidamente se agarrava a ele aos beijinhos a dizer que era amigo dele e que gostava dele.
Quando a mãe do Tomás o veio buscar perguntou-me qual seria a escola em que eu estava a pensar pôr o Lucas. Ela gostava que eles ficassem juntos porque desta forma, e dada a forma pacifica do menino, o Lucas sempre podia defendê-lo em casos de crise infantil.
É verdade, mais vale dar que levar. Mas acho que este miudo vai-me dar muitas dores de cabeça quando for para a escola!!!!

Uma vez estávamos nós numa esplanada com os miudos e chega um ciganito ao pé dele e avia-lhe uma belinha. Eu olhei para a mãe do ciganito e ela pediu-me logo desculpa e foi-se embora com o filho. O meu Lucas logo a seguir virou-se para mim para falar. Eu pensei que ía fazer queixinhas ou dizer que o menino era mau, em vez disso disse:
-Ó mãe, eu gosto daquele menino.
És mesmo masoquista, meu filho!!!!!!

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Galinhas

O Paulo tem uns tios que têm uma quinta. Os meus filhotes adoram ir lá porque têm muito espaço para correr, brincar, andar de bicicleta, podem brincar com areia, etc.

Além disso também há lá... galinhas.

As reacções dos três perante estes bichos são totalmente diferentes.
A Vera quer ir para dentro da capoeira.
A Rute quer fugir da capoeira.
O Lucas atira areia e pedras para dentro da capoeira.

Cada vez que lá vamos há sempre a cena das galinhas, em que tenho de, ao mesmo tempo:
Acalmar a Vera que não pode ir para dentro da capoeira.
Acalmar a Rute porque as galinhas não fazem mal.
Ralhar com o Lucas porque não se atira coisas aos bichos.

Uma vez, eles andavam a brincar, e eu estava a falar com a tia, quando ouço (e de certeza que a tia dele também ouviu) alto e bom som o Lucas dizer
- Ó Rute! Vamos matar as galiiinhaaaaas!!!!
:-)

A senhora da limpeza

Duas vezes por semana costuma vir a casa uma senhora para fazer as limpezas.

Tem dias em que um ou outro está doente. Se for dia dela vir, e se for necessário, peço-lhe que fique 10 minutitos para fazer compras no supermercado.

Há uns tempos tiveram os 3 doentes ao mesmo tempo durante uma semana, e aconteceu...
deixei-os com a senhora e fui ao pingo doce.

quando voltei ela estava com uma cara esquisita e perguntei-lhe:
- 'Passou-se alguma coisa, Carmo?'
- 'Olhe D. Ana, eu com eles cá não consigo fazer nada porque andam atrás de mim só a dizer que não posso mexer aqui, não posso mexer ali. Principalmente nos brinquedos! E o Lucas chama-me Carne em vez de Carmo.' (nesta última parte já estava com uma cara sorridente)

Já tentei várias vezes que ele repetisse a palavra 'Car-mo', mas ele insiste 'Car-ne'.

Viajar de Autocarro

No outro dia tive de ir a Lisboa comprar as botas ortopédicas do Lucas. Então eles iriam ficar na avó para eu poder ir descansada.

Acontece que os mais velhos começaram com aquela coisa de 'Não. Eu quero ir com a mãeeeee!', e eu com pena deles, deixei a mais pequena e levei os mais velhos.

Eles iam andar pela primeira vez de autocarro, já que normalmente andam de carro.

Quando estava na paragem eu já suava por todos os lados, porque eles não paravam quietos e eu só queria enfiá-los no bendito autocarro, que nunca mais chegava.

Lá chegou, lá entrámos.
Quiseram ir lá para o fundo. Lá fomos.

Durante o caminho foram sempre a fazer sons num tom normal tipo:
- quando passávamos por baixo de um viaduto ou por dentro dum túnel diziam 'eeeeehhhhhhhhhhh!!!!!'
- quando acabávamos de passar por baixo de um viaduto ou por dentro dum túnel diziam 'ooooooooohhhhhhhhhhh!!!!!'
- quando havia curvas diziam 'uuuuuuuuuoooooooooouuuuuuu!!!!'

Além das perguntas do 'Quem é?' para as pessoas que se encontravam ali perto.

O trajecto teve as mesmissimas reacções tanto na ida como na vinda.
- Eles faziam os sons em sintonia um com o outro.
- As pessoas olhavam para trás.
- Eu sorria e encolhia os ombros.

Eles só estavam... felizes. :-)

Após asneirola


Ó pra nós muito comprometidos

Era uma vez uma princesa


A minha Rute

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Melgas e Formigas

Em frente à porta da rua do meu prédio existe uma pequena escada e em cima do passeio um canteiro (este canteiro já foi referido noutro post).
Houve uma altura (altura esta que acontecia todos os dias antes de ir trabalhar) em que a Rute antes de descer o último degrau da escada se punha de cócoras a observar as formigas a passar. E depois dizia-me
'Ó mãe, eu não posso ir para o carro. Estão aqui formigas a passar. Para ir para o carro tenho de as matar e eu não quero.'
Ora eu, sempre atrasada, ainda a ouvir coisas daquelas, dizia-lhe 'Salta, vá, anda lá que a mãe está atrasada'.
Logo de seguida o Lucas saltava o último degrau e punha-se a bater os pés com força no local F (F de formigas) e dizia 'Eu vou matá-las!!!!!'.
A irmã ficava logo aflita a chorar e acabava por ir ao colo para o carro, depois de lá ter posto a Vera.
Não sei porquê no dia seguinte tinha a sensação do déja vu.

Certa noite, por altura do Verão, reparei que havia uma melga no quarto deles.
Agarrei num chinelo e pimbas, matei a melga.
A seguir houve uma crise de choro por parte da minha Rute:
- 'Mataaaaste a meeeelga!!! E agora os filhos dela não têêm mããeee!!!'

A mentira

Quando a Vera era pequenina adoeceu várias vezes.
Aliás continua a adoecer de vez em quando.

Certa vez, em que ela estava doente, eu fiquei em casa com ela e os manos foram para a escola.

Quando à tarde os fui buscar à escola (a Vera tinha ficado com o pai) a então auxiliar da sala da Vera disse-me
Aux - 'Então a Vera?'
Eu - 'Como não podia deixar de ser, está doente. Tive que a levar ao médico'
Aux - 'Pois, é que eu perguntei ao Lucas pela Vera. E ele disse que ela tinha ido ao doutor. Perguntei-lhe o que é que ela tinha e ele respondeu "O pai bateu à Vera"' .

Bem, nem sabia aonde é que havia de me enfiar!!! :-)

Que complicação de Familia!!

Para a minha Vera deve ser uma complicação esta coisa de família. Senão, vejamos.

Ela chama de tio o avô.
Chama de pai o tio.
Chama de primo o amigo.
Chama de tia a avó.
Chama de avó a mulher a dias.

Que confusão que vai naquela cabecinha!!! :-)

A festa dos primos

Este sábado foi a festa de aniversário de dois primos. A Bruna fez 5 anos e o Samuel fez 2.
Eles desde o inicio da semana, que estavam com nervosinho por causa da festa.
Eu, com falta de argumentos, aproveitei-me q.b. da dita festa, para eles fazerem aquilo que eu queria.
- Se não comerem não vão à festa
- Se não dormirem não vão à festa
- Se brigarem não vão à festa
- Se não param de fazer asneiras não vão à festa
Enfim, para tudo vinha a festa.
Até que chegou o grande dia.

De manhã estava eu a arrumar a casa e o Lucas veio ter comigo.
Lucas - Ó mãe, a Rute diz que não gosta de miiiimmmm!!!
Eu - Vá. Não briguem porque senão vão os dois de castigo.
Ele, chega à sala e diz à Rute:
- Rute. A mãe disse para ires de castigo.
Ela veio ter comigo toda chateda
Rute - Mãe. O Lucas diz que estou de castigo!!!
Eu - Deixem-me acabar isto porque senão não vão à festa.
Ela, chega à sala e diz ao Lucas:
- Lucas, a mãe disse que não vais à festa.
Ele, inconformado com a ideia, vem ter comigo e diz:
Lucas - Mãe. A Rute diz que não vou à festa!!!
Eu - Vão brincar.
Ele, chega à sala e diz à Rute:
- Não Rute. A mãe diz que tu é que não vais à festa.
Muitos espertinhos!!! :-)

Ainda estava eu em limpezas e eles estavam entretidos a recortar os panfletos de publicidade deixados na caixa do correio. Vem o Lucas muito aflito:
- Mãe, a Rute cortou-me o cabelo!!!!
O que vale é que não foi nenhum corte radical.
Tenho de ter cuidado com o furador.

Estavamos todos prontos para arrancar. Só faltava pentear cabelos e fazer os tótós à mais velha. Fui buscar a escova. Mas onde é que está a escova? Onde é que está a escova?
Foi então que ao passar de relance pela sanita reparei que estava lá enfiada.
Perguntei - Quem é que meteu a escova na sanita?
Vem a Vera e diz - Oi Era (Foi a Vera) - e com um sorriso malandreco.

Lá arrancámos e fomos à loja mais próxima comprar as prendas.
Eles assim que entraram ficaram euforicos com os brinquedos que lá havia. Pegavam em tudo e não paravam de dizer - Eu quero isto.', 'Ah, não. Quero antes isto!', 'Não podes levar isso', 'Isto é para mim!', etc.
ti ri ri, to ro ro. Enfim, lá se escolheu a custo as prendas e um pequeno brinquedo para cada um.
Quando ía pagar, eles tiveram de pôr os brinquedos em cima da bancada, e aí é que a coisa aqueceu. A Vera foi a correr para o fundo da loja e o Lucas foi lá para fora. A Rute desatou a berrar 'Olha, O Lucas vai fugir!! Olha, o Lucas vai Fugir!!' Enfim, uma complicação! Eu disse à senhora 'Olhe, os embrulhos não precisam de estar perfeitos! Basta que estejam... embrulhados.' Depois corri, apanhei a Vera que já andava a mexericar, fui lá para fora, apanhei o Lucas, enfiei-os a todos a chorar no carro e voltei à loja para pagar e trazer os brinquedos.

O resto do dia correu bem. Tinham lá primos e amigos de primos para brincar. E muita gente a quem podiam fazer as gracinhas.

Quando chegámos a casa à noite, a Rute quis experimentar o brinquedo que escolheu na loja - um kit de maquilhagem. E quem melhor para ela experimentar senão o Lucas?
Pintou-lhe os lábios de cinzento, os olhos de azul e a cara de vermelho.
Parecia saído de um filme de terror.
Mas ela no fim, olhou para ele, sorriu e disse - 'Estás bem linda, Lucas.'

O desaparecimento do DVD

Este fim-de-semana aconteceu uma desgraça. O DVD do 'Espirito Selvagem' desapareceu. Claro que estive sempre na espectativa de que se eles se lembrassem de o ver, haveria um motim infantil em que a lider seria concerteza a Vera. Calei-me, procurei, não achei e passei o resto do fim-de-semana a pensar 'Qual será o local mais improvável de encontrar um DVD?'.

Tenho muitas razões para pensar assim. De momento só me lembro de algumas que eu passo a contar.

Uma vez a minha sogra foi passar o fim-de-semana lá a casa. Íamos festejar o aniversário de um deles (já não me lembro qual) e ela queria ajudar-me e também passar algum tempo com os netos. Assim foi. No domingo de manhã (a festa tinha sido no sábado) eu fui arrumar os brinquedos do quarto deles. Foi então que deparei com um brinquedo totalmente diferente do normal. Não era mais do que.... a dentadura da minha sogra. Ela tinha-a deixado junto ao lavatório da casa de banho e na altura não tinha dado pela falta, mas mesmo que desse o mais provável era dizer 'Pensava que tinha trazido os dentes!' :-)

Outra aconteceu quando a Vera ainda estava na barriga da mãe. Certo dia, eu tinha deixado uma embalagem de bifes a descongelar em cima da bancada. À noite quando fui para fazer o jantar, cadê a embalagem dos bifes?
Vi dentro do lava-louça, nada.
Vi no chão, nada.
Vi no frigorifico, junto ao telefone, na sala. Nada.
Mas que raio! Eu devo estar a ficar caduca!!
Fui falar com o Paulo e ele foi directo à arca, também ele a pensar que eu estava um pouco "esquecida".
Quando já estava a pensar noutra coisa para o jantar, dirigi-me ao quarto do Lucas.
Logo à entrada da porta deparei com a embalagem dos bifes no chão mas vazia.
Boa. Só falta encontrar os bifes.
Estavam dentro da arca dos brinquedos!!!!

O meu Lucas sempre teve tendência para esconder coisas. Nessa mesma altura, ele escondia tudo o que fosse comida. Tudo por causa da impaciência para, às 6 da matina, esperar que a mãe lhe desse a papa. De manhã, era vê-lo a tirar um pão duro de dentro da máquina de lavar roupa, ou umas bolachas de dentro dos brinquedos, ou um bocado de pêra seca de dentro de um carrinho onde ele gosta de andar, etc, etc.

Também já tirei algumas coisas da banheira, como os meus chinelos de quarto, a roupa nova da Rute e comandos da televisão e aparelhagem.

Ainda à bem pouco tempo estava na cozinha e ouvi mexerem em moedas. E perguntei sem sair de onde estava -'Ó meninoooss! Quem é que está a mexer nas moedas?'. O Lucas respondeu baixinho 'Sou eeuu.'
- 'Porquê?' - perguntei eu.
- 'Estou a guardar' - disse ele.
Foi então que me aproximei da porta para ver o que ele estava a fazer.
O suposto mealheiro era só a mega caixa de skip em pó!!!!!

Enfim, isto é uma amostrazita das coisas que eles costumam fazer, e que me levam por isso a pensar 'Qual é o local mais absurdo para se esconder um DVD?' :-)

sábado, fevereiro 19, 2005

Vera marota


A minha Vera
(esta foto foi publicada à segunda tentativa uma vez que a dona Vera resolveu carregar no botão restart do computador na 1ª tentativa)

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Tartarugas

Os meus pikenos têm 8 primos com idades compreendidas entre os 3 meses e os 5 anos. E todos eles têm cães em casa.
As filhas dos vizinhos da idade deles também têm animais.
Para eles todos tinham animais. Menos eles.

Claro que para mim, com eles os três, é muito complicado ter um cão ou um gato em casa.

Então pus-me a pensar num animal que precisasse de pouco espaço, desse pouco trabalho a limpar e, principalmente, que eles pudessem mexer.

Cão precisa de espaço.
Pássaros sujam muito a gaiola e eles não podem tocar. O mais certo era abrirem-lhe a portinhola e adeus pássaro.
Peixes tinham que aprender a respirar fora de água porque o mais certo era tirarem-no do aquário.
Então resolvi: vamos ter tartarugas.

Tive de comprar 3 tartarugas, para cada um poder dar um nome ao seu e poder pegar, sem haver guerras. O Lucas como estava doentito foi comigo comprá-las.
Aquando a escolha das tartarugas, o senhor da loja perguntou-lhe qual é que ele queria e ele respondeu.
Lucas - 'O branco'
Sr - 'Qual?'
Lucas - 'O branco!!'
Sr - 'Mas elas são todas verdes.'
E então meteu dentro do sacinho 3 verdinhos. A do Lucas já ele tinha dado nome - era o Branco.
Quando as irmãs chegaram fizeram uma festa. A da Rute chama-se Nala como a namorada do Simba (filme do rei leão) e a da Vera chama-se Dunga (tartaruga).

Ao principio o Lucas teve de ter umas lições sobre como agarrar uma tartaruga sem a esmigalhar. E a Vera assim que tocava no aquário ao de leve começava a dizer 'ai, ai, ói, ói' (ai, ai, dói, dói).

Cada vez que é preciso tratar delas estão todos disponiveis. Cada um pega na sua enquanto limpo o aquário e cada um mete uns camarõezinhos para elas comerem.

Uma das vezes, após terem posto os camarõezitos, estava eu a guardar a caixa com os camarões, e eles estavam a vê-las (mexer-lhes), quando olhei para a Vera, tinha a mão dentro de água e a boca suja de .... camarões. :-)

Namorado da Rute

Um dia ao jantar a Rute contou ao pai que tinha um namorado.
Rute - 'Pai, sabes, tenho um namorado'
Pai - 'Ah sim!! E como é que ele se chama?'
Rute - 'Alexandre Silva'
Pai - 'E ele é do Sporting?'
Rute - 'Não.'
Pai - 'Ah então não pode ser.'
Rute - 'Ó pai mas eu tenho de casar com alguém!!'
Pai - 'Casa com um que seja do sporting'
Rute - 'Então vou casar com o Alexandre Bouça'
Pai - 'E esse é do sporting?'
Rute - 'Sim'.

No outro dia ela pediu-me que falasse com a mãe do Alexandre Silva para ele ir lá a casa para eles brincarem. Então eu deixei o meu nº com a educadora para entregar à mãe e combinar. Ela telefonou-me no mesmo dia e combinámos.
Ficou marcado para o Sábado seguinte e ele apareceu.
Quando chegou a mãe dele contou-me que quando vinham no elevador, estava lá um vizinho meu, e que o Alexandre lhe disse sem mais nem menos 'Eu vou a casa da Rute e vou casar com ela.'
A meio da tarde o pai ligou para casa e a Rute falou com o pai, disse-lhe que o Alexandre lá estava e fez questão que o pai conversasse com o Alexandre. O menino assim que pegou no telefone disse-lhe 'Ó pai da Rute, olha que eu sou do Sporting!!'.
As mulheres têm cá um poder de persuasão. :-)

No mesmo dia em que o Alexandre lá estava, a Vera para não variar pediu para ver o 'Espirito Selvagem'. Pus o filme e depois o Alexandre apareceu na sala e sentou-se no sofá para o ver também.
A Rute então disse-lhe 'Ó Alexandre, anda brincar', ao que ele respondeu 'Agora não. Quero ver o filme'.
Ela então afastou-se e foi à casa de banho. Pela demora eu pensei que devia estar a fazer cócó.
Foi então que ela apareceu aos risinhos. Quando se aproximou eu percebi o que ela tinha feito. Tinha ido mexer nos meus batons e pintou a boca de vermelho - lábios e arredores.
E a conversa foi assim:
Rute - 'Alexandre, olha aqui.'
Alex - 'Cheiras bem.'
Foi então que lhe disse ao ouvido em tom de segredo 'Filha, vai limpar a boca que ficas mais bonita'.
Daqui a 7 anos vai ser terrivel esta minha filha!!! :-)

A Rute é muito vaidosa. Já com 2 anos quis ir para a escola toda vestida em tons de verde e umas sandálias rosa choque, daquelas de ir para a praia.

Quem é o mais safado?

Ante-ontem foi o dia em que chegou os novos fasciculos da Aprendilândia com os respectivos CD's. A Rute gosta muito de fazer os jogos da Aprendilândia, e eu também gosto porque assim é menos um a passarinhar pela casa à procura da próxima safadeza (embora ela coitadinha não seja muito disso).
Então assim que chegou da escolinha pôs-se em frente ao computador a jogar (e a aprender também).

Os outros dois voaram em direcção aos brinquedos, o que também me pareceu bem, visto que ía preparar o jantar.

O tempo estava a passar e eu a estranhar porque não ouvia murmurinho nenhum.

Larguei o que estava a fazer e achei melhor ir espreitá-los. Ora bem, a razão do silêncio absoluto é porque estavam a acontecer duas asneirolas ao mesmo tempo.

O Lucas estava a cortar os fasciculos fresquinhos da Aprendilândia e a Vera estava na casa de banho às escuras a comer a pasta dos dentes.
Como é que a comida às vezes não há-de queimar? :-)

Gostas de mim?

O meu Lucas de vez em quando passa por fases de carência.
Por exemplo ontem à noite, estava eu deitada no meio dele e da Rute, à espera que adormecessem para me pisgar para o meu quarto, aliás já estava tudo em silêncio, e ele disse-me
- 'Mãe, gosto de ti. Tu gostas de mim?.
E eu respondi-lhe
- 'A mãe adora-te'
Claro que a irmã, ao ouvir isto disse logo:
- 'E de mim, não gostas?'
Ao que respondi
- 'Também te adoro. E à Vera e ao pai.'
Do que ouvi um Ahh! por parte de um e um Ahh! por parte do outro. :-)

Esta coisa do 'Gostas de mim?' também serve como táctica.
Por exemplo quando ralho com ele. Aí às vezes ele põe um ar de cãozinho sem dono e diz-me 'Gostas de mim?', ao que eu respondo 'A mãe gosta mas fica triste quando fazes essas coisas'.
Esta situação já aconteceu várias vezes. No outro dia, ele continuou a conversa e disse 'Mas eu sou teu amigo!'. Como quem diz que não se ralha aos amigos.
Acabo sempre por pegá-lo ao colo e dar-lhe muitos beijinhos.
Claro que o ralhete cai sempre em saco roto e daí a pouco está a fazer a mesma coisa.

Outra situação é com a irmã mais velha. Quando ela está a brincar e ele quer brincar com ela, em vez de dizer 'Posso brincar contigo', não. Em vez disso diz 'Gostas de mim?'. Ora, ao principio a irmã ainda dizia que sim, depois começou a não responder. Nesse caso, respondia eu por ela e dizia-lhe 'Claro que sim. Ela é tua irmã.' bla, bla, bla 'Os irmãos são amigos.', bla, bla, bla, 'A mãe fica triste se vocês não forem amigos'. E ele lá se convencia.
No outro dia ele disse à Rute 'Gostas de mim?', ao que ela respondeu um pouco exaltada 'Opá, já me estás a chatear com essas conversas'. Ele coitadinho, ou achou que a resposta não era para ele, ou não percebeu e repetiu a pergunta 'Gostas de mim?'. Ao que ela respondeu 'NÃO!'. :-)

Também a Vera já levou com um 'Gostas de mim?', quando estava a brincar. Aí ela respondeu-lhe 'im', mas sem sequer tirar os olhos do brinquedo. Ele todo contente disse-lhe de seguida 'Eu também gosto de ti, Vera'.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Tótózices


O meu Lucas é lindo!!

Idas ao Pediatra

Quando eles vão os três ao pediatra, assim que chego à clínica, eles simplesmente formam logo um escudo em roda dos brinquedos que lá estão para todas as crianças brincarem.
Passados 10 minutos fartam-se e aí é que eu começo a rezar para a médica se despachar e me deixarem entrar para uma sala onde seja possível fechar a porta.

No outro dia, enquanto esperávamos a consulta, a Rute quis ir à casa de banho fazer xixi e como eu não gosto que ela se sente nas casas de banho públicas fui segurá-la. Nesses 20 segundos, a Vera escondeu-se dentro de um armário num dos outros consultórios e o Lucas fez a maior porcaria com a máquina de beber água. Sujou o chão e todos os copos disponiveis.

Entretanto lá entrámos para dentro do bendito consultório. Aqui a dificuldade reside em ouvir o que a médica me diz porque eles desatam a discutir uns com os outros por causa dos brinquedos que lá estão dentro. Eu só digo à médica 'Escreva tudo, escreva tudo'. Assim posso ler em casa, senão o mais certo é trocar as terapêuticas todas.

Mesmo assim a maior vergonha foi um dia que levei os mais velhos à pediatra. O Lucas andava a largar a fralda. Eu tinha ido directa do infantário para lá e esqueci-me de lhe pôr fralda.
Estava no consultório a ouvir o que a médica tinha para me dizer, quando olhei para trás e vi o meu Lucas agachado, de calças para baixo, a fazer a poia mesmo ali junto à cadeira onde nos sentamos. Ó credo, foi uma confusão, a médica teve que esperar um bocadinho, enquanto eu o limpava na casa de banho, e entretanto a Rute enchia os bolsos de rebuçados que estavam na recepção. Enfim, uma confusão que só visto...

Em relação a largadas assim à desgarrada, o meu Lucas já me pregou uma partida também no parque Delfim Guimarães na altura da Feira de Artesanato. A feira cheia de gente, ele em vez de pedir, baixa sem mais nem menos as calças, e põe-se a fazer xixi no meio da rua. Não tenho qualquer dúvida se se tratasse de uma poia, ele largava-a na mesma. :-)

Hora da refeição/confusão

A fase das refeições serem um momento de prazer e relaxe já era. A última deve ter sido à 4 anos atrás.

Por vezes, quando estou um pouco cansada (normalmente ao fim-de-semana, porque será??), digo ao Paulo (meu marido) para irmos jantar ao restaurante. A reacção dele normalmente é abrir muito os olhos como se estivesse a pensar 'Já te esqueceste da última vez?', mas acaba sempre por dizer 'Está bem. Vamos.'
A ida ao restaurante corre sempre bem ao início. Os miudos empaturram-se de entradas, comem um pouco da sopa e um pouco do prato. O pior é depois, quando queremos nós comer, porque aí eles parecem umas baratas tontas.
E o cenário é mais ou menos este: como uma grafada e vou com a Rute à casa de banho; volto, como outra grafada, e vou atrás da Vera que entretanto foi para a zona da cozinha ou para a casa de banho dos homens. Enquanto isso, o Paulo vai atrás do Lucas que resolveu ir lá para fora. Entre mais duas grafadas, o Lucas quer ir à casa de banho com o pai, ao passo que a Vera meteu a mão no meu prato. Mais uma grafada e eles vão meter-se com as pessoas que estão sentadas nas outras mesas. Tenho de os ir buscar. Mais uma grafada e a comida está fria e eu já não tenho fome com tanto exercicio. Vêm aí as sobremesas. São mais uns minutos que consigo que estejam sentados. O melhor é beber rapidamente o café e pedir a conta porque já voltaram à carga.
Será que daqui a um mês a ida ao restaurante corre melhor? :-)

Nem pensar que em casa corre melhor. Isto porque o jantar é a única refeição do dia em que tenho 30 segundos para comer 1/3 do prato.
Ao pôr a mesa a Vera quer sempre ajudar, mas a ajuda dela implica colocar na mesa tudo o que ela consegue alcançar no armário. Normalmente 9 pratos de plástico para três meninos e tentativa de 1 prato de louça. Digo tentativa porque tenho de ir a correr após os 9 pratos de plástico.
Enquanto faço o jantar na cozinha tenho de estar atenta com todos os sentidos possíveis e imaginários, porque acontece sempre qualquer coisa. No outro dia a Rute fez xixi sem querer, então fui ajudá-la a tirar a roupa molhada e a vestir outra; quando fui para a cozinha já tinha o Lucas com a cabeça enfiada no armário agarrado ao açucar e a Vera em cima da mesa da cozinha a tentar alçar as pobres das tartarugas.
A minha mais velha tem sempre o mesmo repertório 'Não gosto' e 'Não quero'. Por ela comia salsichas em todas as refeições. O Lucas quer ver o prato dele cheio de comida, tal é a mania do 'grande'. A pequenina começa logo a comer com as mãos, embora eu insista para ela comer com a colher.
E como disse sento-me, começo a comer e passados 30 segundos começam todos a dizer que querem que a mãe ajude. A mãe levanta-se e vai ajudar.
A pequenina entretanto chateia-se e começa a dizer ' nã ké máss'. Eu digo ' Não, tens de comer mais um pouquinho'. Aí ela olha-me, agarra num bocadinho com a mãozita e volta a repetir 'Nã ké máss'. E eu não cedo e digo 'A mãe ajuda'. Ela atira para o chão. Eu levanto-me, vou para o pé dela, e ela começa energeticamente a atirar a comida toda para o chão. Quando chego ao pé dela, ela agarra no prato e atira para o outro lado da mesa.
Depois disto comem a fruta e pedem ajuda para lavar os dentes.
Pronto, já perdi a vontade de comer o resto.

Neste momento estou a lembrar-me de uma frase que eu li e que digo aqui com todo o carinho subjacente a ela: 'Haverá vida depois do parto?' :-)

Brincadeiras a Três

Quando a Vera gatinhava, eles costumavam brincar de cão (Lucas), gato (Vera) e dono (Rute).

Agora que a Vera já anda, a brincadeira complica-se um pouco mais até porque ela já não se interessa só por cães e gatos, mas também por cavalos. Adora cavalos. É capaz de estar o dia todo a ver o 'Espirito Selvagem' como quem o vê pela primeirissima vez.

Então a brincadeira agora é assim. O Lucas tira os cordões das calças para fazer de coleira, segura uma ponta com a boca e a Rute segura a outra ponta. A Rute diz 'Anda cão' e ele vai. A Rute diz 'Busca cão' e ele busca. A Rute diz vai fazer xixi e ele vai para junto da lareira alça a perna direita e finge fazer xixi. Enfim, um cão muito bem treinado.

Acontece que a mais pequena agora também quer participar. E a forma mais gira que ela arranjou para brincar com eles é sentar-se em cima do irmão e gritar 'anha caaalo' (anda cavalo). Por vezes ouço a mais velha reclamar e com razão 'Ó mãe a Vera está a chamar cavalo ao meu cão!!!' ou então 'Ó mãe a Vera não sai de cima do cão'.

Por vezes o cão larga a trela e desata a correr, e lá vai a dona a gritar 'Anda cá cão!' e a cavaleira a gritar 'Anha cá caalo'. :-)

Por causa destas é que quando se pergunta a Vera como é que se chama o irmão ela diz .... 'Cão'.

Meninos vs Meninas

Da experiência que tenho com os meus pequenotes noto que as diferenças entre as meninas e os menino são enormes, sem sequer serem incentivadas.

Por exemplo, lá em casa há um cavalinho que no pescoço tem um pauzinho, sobre o qual eles podem montar e fingir que estão a galopar. As reacções perante o equideo são completamente diferentes. A Rute gosta de lhe pentear a crina e pede para fazer tranças e o Lucas gosta de imaginar que luta com o cavalo.

Os gostos relativamente ao tipo de Histórias também são diferentes. A Rute gosta de ouvir histórias de fadas e princesas e o Lucas gosta de ouvir histórias com leões e cavalos. Até a forma como inventam uma história é diferente: A da Rute contém sempre um principe, uma fada ou princesa, um namorado, filhos e uma familia; a do Lucas há sempre lutas e mortes. Ainda no outro dia a Rute me pediu para lhe comprar um principe para brincar com as barbies, e eu disse-lhe para brincar com o Lucas porque ele tem um action man e assim seria esse o namorado. O Lucas ao ouvir isto disse 'Não pode ser. Porque o Action Man depois mata a barbie'.

Os adjectivos favoritos também são diferentes. O Lucas preocupa-se muito com os tamanhos - para ele tem de ser tudo grande, com força e rápido. Ainda no outro dia, ía eu a conduzir e ele cotucou-me o ouvido com um 'Aquele gajo não anda nada!!'. Eu respondi 'Ó senhor Lucas mas que palavras são essas?', ele disse-me 'Então, não te deixa andar rápido e com força'. Quem o ouvisse iria pensar que na maleta do carro é só multas por excesso de velocidade. :-)

Há tempos eles conseguiram tirar a roda a um baú dos brinquedos. E eu estava a tentar voltar a pôr a roda, as reacções foram diferentes.
Rute - Ó mãe deixa que quando o pai chegar ele põe.
Lucas - Ó mãe dá cá a roda, que eu sou homem, arranjo isso.

Lukices

Vou dedicar este post a alguns ditos e feitos do meu Lucas que é um menino muito carinhoso mas muito regila.

Há uns dias atrás fui com eles ao Carrefour. Para os levar ao hipermercado tenho sempre que os pôr aos 3 dentro de um carrinho. Mas naquele dia até iam no chão. Ía eu à frente com as minhas meninas quando começo a ouvir uma voz que me era familiar a dizer alto e bom som 'Eu sou um ca-ga-lho-to! Eu sou um ca-ga-lho-to!'. Olhei para trás e lá estava o meu piratinha a marchar e a dizer aquelas palavras de fragância não muito agradável. As pessoas ficavam a olhar para ele e a rir e eu tive de me rir também.
Claro que fiquei o resto do dia a ouvir aquela frase.
À noite, quando o pai chegou a casa, teve o prazer de ouvir o 'Eu sou um ca-ga-lhoto! Eu sou um ca-ga-lho-to'. Ficou muito aflito e disse-lhe 'Filho!!!! Tu não és nada um cagalhoto! Tu és um campeão! Não digas mais isso. Tens de dizer que és um campeão'. Ele assim fez 'Eu sou um ca.....piao! Eu sou um ca...piao' (as .... significam que estava a pensar).
No outro dia de manhã acordou e logo se fez ouvir 'Eu sou um ca-ga-lho-to! Eu sou um ca-ga-lhoto'. Lembrei-o do que ele efectivamente era e continuo a lembrá-lo de vez em quando.
Este rapaz quando for maior deve ter muito dinheiro. :-)

Há uns tempos ele veio da escola, e quando via ou fazia alguma coisa que gostava muito dizia 'Gaaanddaaaa pila!!'. Eu da primeira vez ri-me mas depois deixou de ter piada e eu passei a ralhar com ele. O que ele faz agora é dizer apenas se eu não estiver ao pé dele. Ainda a semana passada fez um comboio de animais em miniatura (adora brincar com animais) desde o quarto até à sala e no fim olhou para o feito e disse a tal frase.

No Verão passado comprei umas bicicletas para os mais velhos. O Lucas tinha 2 anos e meio mas já conseguia andar. Não conseguia era travar mas quando ficava aflito ele simplesmente saltava para fora da bicicleta e deixava-a seguir o seu rumo (contra a parede). Nos primeiros tempos de ter as bicicletas eu ía com eles para a rua, porque moro numa praceta larga que tem espaço para tal. Uma vez andavam eles de bicicleta e eu avisei-os para não passarem determinado canteiro porque havia lá cócó de cão. A pequenita tinha começado a andar e então eu andava mais atrás dela que outra coisa. Quando olho para eles, para ver se estava tudo bem, vejo o senhor Lucas a sair da bicicleta e a apanhar o dito e a pô-lo dentro do canteiro. Por mais que eu gritasse 'Não Lucas! Não Lucas!, não serviu de nada. Nem serviu a ele porque não pode mais andar de bicicleta além do canteiro e teve de ir para casa desinfectar as mãos.
Este miudo dá cabo de mim. :-)

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Experiências de bacio

Gostava de relatar aqui algumas experiências de bacio com os meus pirralhitos.

A Rute (que agora tem 4 anos) começou a fazer no bacio quando tinha 18 meses. Adaptou-se muito bem e foi muito fácil. Claro que de vez em quando lá acontecia um acidente ou outro mas isso é normal.

O Lucas (que agora tem 3 anos) foi um pouco mais dificil. Demorou um pouco mais a controlar os esfincteres. Deixou a fralda por volta dos dois anos.
Com este meu piratinha aconteceram vários episódios engraçados. No dia em que fez 1 anito, tinha a casa cheia de amigos e familiares, a irmã tinha feito diarreia no bacio e eu, super atarefada com a festa, quando cheguei à casa de banho (foi uma questão de segundos), estava ele a despejar o bacio para dentro do aquecedor que é daqueles a gás e tem montes de ranhuras. Agora rio-me mas na altura fiquei sem saber se havia de esconder o aquecedor para depois o abrir e limpar, ou se havia de tratar da festa. :-)

Uma vez estava a Rute e o Lucas na banheira a brincar (deixo-os brincar um bocadinho antes da banhoca), quando a minha filha me disse 'ó mãe olha aquele brinquedo'. Eu olhei, baixei-me porque não estava a reconhecer tal brinquedo. O Lucas então tenta agarrar o dito "brinquedo" e diz 'ó mãe eu fiz cócó'. Toca a desinfectar brinquedos, banheira e miudos.

Noutra vez estava o Lucas a ver um filme na sala e sentado no bacio. Fui à cozinha fazer qualquer coisa que não me lembro e voltei à sala. Estava ele a agarrar o bacio e com a cabeça molhada. Porque será que este miudo tem de arranjar sempre um destino para estas coisas? :-)

A Vera (20 meses) está a começar a deixar o bacio. Na escola já pede mas em casa não. No outro dia sentei-a na sala a ver um filme enquanto treinava. Saí da sala e quando lá voltei estava ela sentada ao lado do bacio a mexer no xixi como se estivesse na praia a brincar com um balde de água.

Dia dos Namorados

No Dia dos Namorados, os meus pimpolhos trouxeram para casa uma pequena lembrança feita no infantário.

A Rute (4 anos) trazia um postal com um desenho lá dentro e uma pequena entrevista. O desenho era composto por ela e um menino da sala dela. A entrevista dizia o seguinte:
Educ - Como é que se chama o teu namorado?
Rute - Alexandre Silva
Educ - Porque é que gostas dele?
Rute - Porque vou casar com ele.
À noite, quando o pai chegou do trabalho, ela foi a correr a mostrar-lhe o que tinha feito. Ele leu, viu, esbugalhou os olhos e franziu as sobrancelhas. Ai paizinho, que esta rapariga vai-te dar muitas dores de cabeça. :-)

O Lucas (3 anos) tinha feito um coração em cartolina e colado numa palhinha. Quando lhe expliquei que no Dia dos Namorados se oferece uma prenda ao namorado(a), ele disse-me:
- Ó mãe, eu quero dar uma prenda à Madalena e outra prenda ao Tomás Magalhães.
Ó credo, estou a criar um devasso lá em casa. :-)

Neste dia o jantar correu às mil maravilhas à luz de velas e com três vozinhas a cantar o Parabéns a Você como se de um disco riscado se tratasse.